Acordo, abro os olhos
Você está lá, no meu pensamento
Mordo os lábios de desejo
Me sinto uma fera enjaulada
Repleta de desejos aprisionados
Levanto e sigo divagando
O dia passa sem graça, sem pressa
Chega o entardecer no horizonte
Vejo o luar e me lembro de você
A noite, a bebida, os risos
O tempo não passa, não chega
Pingo por pingo, gota por gota
O tempo enrola, um segundo por vez
Grãos de areia intermináveis
Dentro da ampulheta
Espero... Sufoco...
Transbordo... Ansiedade
Mãos suadas, batidas aceleradas
Finalmente sinto seu cheiro
Invadindo meu ser aos pouco
Não sei se paro, se volto, se fico ali
Disfarço, me arrasto em vão
Silêncios desconcertantes
Falo, não sei o que dizer
Loucura, demência
Um pouquinho de inocência
A hora agora parece um sopro
Não da trégua e desliza pelo ponteiro
Me castiga, chega a despedida
Um abraço apertado e caloroso
Seu aroma gostoso na minha pele
A lembrança do toque, do choque
Cochilo devagar, me perco
E me desfaço em saudades
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