quinta-feira

Um dia ruim

A vida é mais simples do que pensamos
Não sei porque complicamos
Uma gota de chuva cai na testa
Meu coração entra em festa

Vida respira, mundo gira
Muita gente só pensa em ira
A alma fica em tristeza
Sobreviver não é moleza

Perco o apetite em dias vorazes
Estampo meu riso em cartazes
Sigo assim... divagando
Enquanto o dia vai passando

A chuva la fora cai
O pensamento se esvai
O vazio inunda o ser
Tudo feito por merecer

O grande leque de incertezas
Me mostra minhas destrezas
A capacidade de negação
Aflige todo meu coração

quarta-feira

Re-color

Brisa leve de verão
Chegou bateu e fez lar
Dentro do meu coração
Me fez suspirar

Mergulho profundo
Em um mar de corais
Redesenho meu mundo
Juntando cores astrais

Leve, respiro, em paz
Num suspiro breve e intenso
Não desistindo jamais
Vivendo, me compenso

Abro e expando meu peito
Deixo essa brisa adentrar
Com alegria me deito
Deixo a vida rolar

Vazio

Sentimentos em cheque
Me chateio facil, é fato
Preciso de um breque
Para parar o pensamento insensato

Tem dias que o mundo é triste
E aqui tudo é solidão
O coracão teima, insiste
Se recupera da aflição

A saudade persiste
E parece que o tempo se arrasta
Em uma palavra que consiste
No silêncio que nos mata

Sopro

A vida é um sopro
Frase clichê e verdadeira
Por dentro sofro
Pela realidade derradeira 

Lembranças boas ficam
A saudade não tem fim
As lágrimas se amplificam
Escorrem de dentro de mim

Continuamos nossa jornada
Fazendo o melhor que podemos
Nessa nossa breve caminhada
Até o dia que nos encontraremos

Em mémoria da minha tia querida
08/10/2021

segunda-feira

Incompreensível

Acordo, abro os olhos 
Você está lá, no meu pensamento 
Mordo os lábios de desejo 
Me sinto uma fera enjaulada 
Repleta de desejos aprisionados 

Levanto e sigo divagando 
O dia passa sem graça, sem pressa 
Chega o entardecer no horizonte 
Vejo o luar e me lembro de você 

A noite, a bebida, os risos 
O tempo não passa, não chega 
Pingo por pingo, gota por gota 
O tempo enrola, um segundo por vez

Grãos de areia intermináveis 
Dentro da ampulheta 
Espero... Sufoco... Transbordo... Ansiedade
Mãos suadas, batidas aceleradas

Finalmente sinto seu cheiro 
Invadindo meu ser aos pouco
Não sei se paro, se volto, se fico ali 
Disfarço, me arrasto em vão 

Silêncios desconcertantes
Falo, não sei o que dizer
Loucura, demência
Um pouquinho de inocência 

A hora agora parece um sopro 
Não da trégua e desliza pelo ponteiro 
Me castiga, chega a despedida 
Um abraço apertado e caloroso 

Seu aroma gostoso na minha pele 
A lembrança do toque, do choque
Cochilo devagar, me perco 
E me desfaço em saudades

sexta-feira

Viva!

Mude, sim, faça outros caminhos
Troque de roupa e mude o batom
Siga por campos mais floridos
Cante um música nova, mude o tom

Siga, sempre, colorindo a vida
Sorrindo a cada esquina
Aprendendo a cada ida e vinda
Não ache que sofrer é sua sina

Que seja abençoado cada novo dia
Sinta o sol queimando a pupila
Levante da cama com alegria
Não se aborreça quando tudo oscila

Respire e sinta o cheiro da terra
Apenas sinta, apenas viva
Como um soldado em guerra
Evolua, cresça, lute e sobreviva 


quinta-feira

Feliz há de ser e estar

Só quem se perde, se encontra
Faz seu caminho em curvas
Prova, se permite errar
Tem sempre que ser do contra
Aceita todas as linhas turvas
Se despedaça de tanto amar
Remenda-se sem hesitar
Todo dia repete um mantra
Feliz há de ser e estar